sexta-feira, 18 de julho de 2008

Os Cavaleiros de S. João Baptista - Domingos Amaral [Opinião]

Título: Os Cavaleiros de S. João Baptista
Autor: Domingos Amaral
Edição/reimpressão: 2004
Páginas: 374
Editor: Editorial Notícias
P.V.P.: 17€


Sinopse:
O que fazer quando a rapariga por quem estamos apaixonados desaparece subitamente? João Pedro, um jovem advogado, faz o óbvio e começa à procura de Mariana, a filha de Marcos Portugal, um advogado para quem João Pedro trabalha. Mas nem o pai nem os amigos sabem dela, e quanto mais João Pedro a procura, mais desespera e mais suspeita de que o seu desaparecimento poderá estar ligado aos negócios de Marcos Portugal, e a uma estranha fundação que, na região de Tomar, procura tesouros escondidos pelos Templários.

A minha opinião
Um autor que conheci com o livro Enquanto Salazar Dormia. Um pouco diferente, este é uma espécie de polícia que envolve os segredos dos templários. Agora estou pronta para começar a ler o seu mais recente livro: Já Ninguém Morre de Amor

Visto da lua - Alice Sebold [Opinião]

Título:Visto da Lua
Autor: Alice Sebold
Edição/reimpressão: 2008
Páginas: 324
Editor: Casa das Letras
P.V.P.: 17€


Sinopse:
Este romance, tão brilhante quanto inquietante, explora os laços, por vezes frágeis e complexos, entre mães e filhas, entre amantes, o significado de devoção e a ténue linha entre amor e ódio. É uma história perturbante, inquietante e vertiginosa, escrita com a fluidez e força que só Alice Sebold consegue imprimir em cada página.

A minha opinião:
Helen Knightly, a protagonista de Visto da Lua, deu toda a sua vida aos outros: à sua temível mãe, ao seu enigmático pai, ao seu marido e às suas filhas. Até que um dia não aguenta mais e ultrapassa todos os limites. Então, a vida precipita-se sobre ela de uma forma que nunca teria imaginado.

Os acontecimentos desse dia fatídico são contrabalançados com as memórias da infância, e a sua traumática relação com a mãe. Durante as 24 horas seguintes, Helen é forçada a confrontar-se com as escolhas que a conduziram até esta encruzilhada. Depois de anos a tentar conquistar o amor de quem não o tinha para partilhar, Helen enfrenta agora uma liberdade incerta e perigosa.

Um pouco diferente dos anteriores livros da autora - Visto do Céu e Sorte -, este livro retrata uma filha que acaba de matar a mãe, doente mental, de 88 anos. Como a sua vida dependeu sempre da vivência que teve com a mãe demente e com um pai que se suicida por causa disso.

Pássaros Feridos - Collen McCullough [Opinião]


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Título: Pássaros Feridos
Autor: Colleen McCullough
Edição/reimpressão: 2005
Páginas: 624
Editor: Difel
P.V.P.: 20€


Sinopse:
Pássaros Feridos é a saga vigorosa e romântica de uma família singular, os Clearys. Começa no princípio do século XX, quando Paddy Cleary leva a mulher, Fiona e os sete filhos do casal para Drogheda, vasta fazenda de criação de carneiros, propriedade da irmã mais velha, viúva autoritária e sem filhos; e termina mais de meio século depois, quando a única sobrevivente da terceira geração, a brilhante actriz Justine O' Neill, muitos meridianos longe das suas raízes, começa a viver o seu grande amor.

A minha opinião:
Personagens maravilhosas povoam este livro: o forte e delicado Paddy, que esconde uma recordação muito íntima; a zelosa Fiona, que se recusa a dar amor porque este, um dia, a traiu; o violento e atormentado Frank e os outros filhos do casal Cleary, que trabalham de sol a sol e dedicam a Drogheda a energia e devoção que a maioria dos homens destina às mulheres; Meggie, Ralph e os filhos de Meggie, Justine e Dane. E a própria terra: nua, inflexível nas suas florações, presa de ciclos gigantescos de secas e cheias, rica quando a natureza é generosa, imprevisível como nenhum outro sítio na terra.

Apesar de ser um livro já com alguns anos, apenas tive oportunidade de o ler recentemente, aquando da publicação da revista Sábado. Posso dizer que, enquanto não acabei de ler, não descansei. É um livro extenso, mas que não se torna cansativo.As descrições que a autora faz ao longo do livro são tão boas que nos permite, efectivamente, viajar através do tempo, revivendo, juntamente com Meggie Carson, as suas dúvidas, os seus anseios, o seu amor proibido com o padre Ralph de Bricassart.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

E ao anoitecer - Al Berto


e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Auto-retrato - Natália Correia

Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouropresa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.

domingo, 13 de julho de 2008

Eu e ela - Cesário Verde

Cobertos de folhagem, na verdura,
O teu braço ao redor do meu pescoço,
O teu fato sem ter um só destroço,
O meu braço apertando-te a cintura;

Num mimoso jardim, ó pomba mansa,
Sobre um banco de mármore assentados.
Na sombra dos arbustos, que abraçados,
Beijarão meigamente a tua trança.

Nós havemos de estar ambos unidos,
Sem gozos sensuais, sem más ideias,
Esquecendo para sempre as nossas ceias,
E a loucura dos vinhos atrevidos.

Nós teremos então sobre os joelhos
Um livro que nos diga muitas cousas
Dos mistérios que estão para além das lousas,
Onde havemos de entrar antes de velhos.

Outras vezes buscando distracção,
Leremos bons romances galhofeiros,
Gozaremos assim dias inteiros,
Formando unicamente um coração.

Beatos ou pagãos, vida à paxá,
Nós leremos, aceita este meu voto,
O Flos-Sanctorum místico e devoto
E o laxo Cavalheiro de Flaublas...
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