quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Para os fãs de Cecelia Ahern

Para os fãs dos livros de Cecelia Ahern, a escritora vai dar uma sessão de autógrafos amanhã, dia 13 de Fevereiro.
A autora de PS I Love You; Para sempre, talvez; Se me pudesses ver agora; Um lugar chamado aqui vai estar no Almada Fórum, às 18h30.

Frente e Verso com a revista Visão

A partir de hoje, dia 12 de Fevereiro, a revista Visão, à semelhança do que vem acontecendo com a Sábado, lança a colecção Frente e Verso. São oito livros contendo dois títulos em prosa e verso de autores portugueses. O primeiro livro é grátis e os restantes têm um preço simbólico de 50 cêntimos. Os autores e livros escolhidos pela revista são:
- Manuel Alegre - A terceira Rosa (prosa) / Livro do Português Errante (poesia) - dia 12 de Fevereiro;
- Nuno Júdice - O Anjo da Tempestade (prosa) / Pedro, Lembrando Inês (poesia) - dia 19 de Fevereiro;

- Mia Couto - O Fio das Missangas (prosa) / Raiz de Orvalho e Outros Poemas (poesia) - dia 26 de Fevereiro;
- Maria Teresa Horta - Antologia de Contos (prosa) / Só de Amor (poesia) - dia 5 de Março;
- Mário Cláudio - O Anel de Basalto (prosa) / Dois Poemas (poesia) - dia 12 de Março;
- Ondjaki - O assobiador (prosa) / Há prendisajens com o Xão (poesia) - dia 19 de Março;
- João Melo - The serial Killer (prosa) / Auto-Retrato (poesia) - dia 26 de Março;
- Fernando Pinto do Amaral - Contos (prosa) / Poemas Escolhidos (1990-2007) (poesia) - dia 2 de Abril.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Gastão Cruz é o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa


O poeta Gastão Cruz é o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa, atribuído no âmbito do encontro de escritores de expressão ibérica Correntes d`Escritas, com o livro "A Moeda do Tempo".
O prémio foi atribuído por unanimidade, por um júri constituído pelos escritores Ana Luísa Amaral, Casimiro de Brito, Jorge Sousa Braga, Fernando Guimarães e Patrícia Reis.
Este ano, a poesia era a categoria a concurso, incidindo sobre obras em primeira edição, publicadas em Portugal entre Julho de 2006 e Junho de 2008, por autores de língua portuguesa ou espanhola.
Relativamente ao Prémio Literário Correntes d`Escritas/Papelaria Locus, que distingue obras inéditas de autores entre os 15 e os 18 anos, a vencedora foi Tatiana Vanessa Fernandes Bessa, sob o pseudónimo Ophélia Nery, com um poema intitulado "geometria das sombras".

A cidade conta belas histórias de amor

Com o Dia dos Namorados como pano de fundo, a Editorial Presença criou o blogue onde se pode visualizar o mapa das declarações de amor, espalhadas por alguns muros da cidade de Lisboa.

De quantas páginas precisa para dizer amo-te?
A Presença destaca ainda alguns dos romances, ideais para oferecer à cara metade neste dia especial:
A Namorada Dos Meus Sonhos

Um Lugar Chamado Aqui
P.S. - Eu Amo-te
A Outra Face do Amor
Antes de Nos Encontrarmos
Contos Eróticos de São Valentim
De Mãos Dadas com o Amor
Entre o Céu e a Montanha
A Ilha dos Amores Infinitos
O Espírito do Amor
O Tempo dos Amores Perfeitos
Um Homem com Sorte
Vai Aonde Te Leva o Coração

Correntes d’Escritas comemora 10 anos

Entre os dias 11 e 14 de Fevereiro a Póvoa de Varzim vai assistir à 10.ª edição de Correntes d’Escritas – Encontro de Escritores de Expressão Ibérica.
A comemorar uma década de existência o certame apresenta um nova imagem, criada Henrique Cayatte Design, que, inspirada no mote “Original Impresso”, faz a relação entre literatura e tipografia.
Nesta edição vão estar presentes mais de 120 escritores de diversos países como Angola, Argentina, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, México, Moçambique, Peru, S. Tomé e Príncipe e Uruguai. Cerca de 30 escritores participam pela primeira vez.
De Portugal marcam presença Alice Vieira, Almeida Faria, Amadeu Baptista, Ana Luísa Amaral, António Ferra, António Mega Ferreira, Aurelindo Costa, Carlos Pinto Coelho, Carlos Vaz Marques, Casimiro Brito, Cristóvão de Aguiar, Dulce Maria Cardoso, Eduardo Lourenço, Eduíno de Jesus, Eugénio Lisboa, Fernando Esteves Pinto, Fernando Guimarães, Fernando Pinto do Amaral, Filipa Leal, Francisco Belard, Francisco José Viegas, Gonçalo M. Tavares, Hélder Macedo, Helena Vasconcelos, Hélia Correia, Henrique Cayatte, Inês Pedrosa, Ivo Machado, Jaime Rocha, João Canijo, João Gobern, João Luís Barreto Guimarães, João Manuel Ribeiro, Jorge Sousa Braga, José Carlos de Vasconcelos, José Carlos Marques, José Luís Peixoto, José Mário Silva, José Norton, Júlio Moreira, Liberto Cruz, Luís Filipe Cristóvão, Luís Silva, Luísa Monteiro, Manuel Gusmão, Manuel Jorge Marmelo, Margarida Vale de Gato, Maria Antonieta Preto, Maria Arminda Maia, Maria do Rosário Pedreira, Maria Flor Pedroso, Maria Teresa Horta, Mário Cláudio, Miguel Real, Nuno Higino, Nuno Júdice, Onésimo Teotónio Almeida, Patrícia Reis, Paulo Teixeira Pinto, Pedro Eiras, Pedro Sena-Lino, Pedro Teixeira Neves, Possidónio Cachapa, Rui Cardoso Martins, Rui Costa, Rui Machado, Rui Sousa, Rui Vieira, Sílvia Alves, Sofia Marrecas Ferreira, Teolinda Gersão, valter hugo mãe, Vergílio Alberto Vieira, Vítor Quelhas,
Do Brasil estarão presentes Adriana Lisboa, Amilcar Bettega, António Cicero, Daniel Galera, Eucanaã Ferraz, Ivan Junqueira, João Paulo Cuenca, Lêdo Ivo, Luís Fernando Veríssimo, Luiz Antonio de Assis Brasil, Moacyr Scliar,
Moçambique: Ascêncio de Freitas, Guita Júnior, Luís Carlos Patraquim, Paulina Chiziane,
São Tomé e Príncipe: Conceição Lima,
Cabo Verde: Corsino Fortes, Germano Almeida, Joaquim Arena,
Angola: Eduardo Bettencourt Pinto, Joaquim Arrimar, Luandino Vieira, Manuel Rui, Ondjaki,
Espanha: Ángela Ramos Diaz; Ángela Vallvey, Antonio Garrido, Carlos Quiroga, Eloy Santos, Ignacio del Valle, Jesús del Campo, José Manuel Fajardo, Juan Carlos Mestre, Juan José Millás, Miguel Anxo Fernan-Velho, Paula Izquierdo, Sergi Dória, Uberto Stabile, Victor Andresco, Xavier Queipo, Xosé Maria Alvarez Cáccamo,
México: Álvaro Uribe, Antonio Sarabia, Mara Romero,
Argentina: Cristina Norton, Daniel Mordzinski,
Chile: Américo Appiano, Bruno Serrano
Uruguai: Andrea Blanqué
Peru: Oscar Málaga Gallegos
Cuba: Antonio Orlando Rodríguez, Karla Suarez, Leonardo Padura,
Colômbia: Hector Abad Faciolince, Santiago Gambôa,
Roménia: Simion Doru Cristea


Prémio Literário Casino da Póvoa:
Atribuído pela primeira vez em 2004, o Prémio Literário Casino da Póvoa, no valor de 20 mil euros, pode este ano ser atribuído a uma das doze obras seguintes:
- A cidade e os livros de Antonio Cicero (Quasi);
- A Moeda do Tempo de Gastão Cruz (Assírio & Alvim);
- As Coisas Mais Simples de Nuno Júdice (Dom Quixote);
- As Têmporas da Cinza de A.M. Pires Cabral (Cotovia);
- Descrição da Mentira de Antonio Gamoneda (Quasi);
- Dos limões amarelos do falo às laranjas vermelhas da vulva de Eduardo White (Campo das Letras);
- Filho Pródigo de José Agostinho Baptista (Assírio & Alvim);
- Inquietude de Maria Teresa Horta (Quasi);
- O Acidente de Jorge Gomes Miranda (Assírio & Alvim);
- O Amante Japonês de Armando Silva Carvalho (Assírio & Alvim);
- Oráculo de José Rui Teixeira (Quasi);
- Rua do Mundo de Eucanaã Ferraz (Quasi).
Em anos anteriores, o Prémio Literário Casino da Póvoa foi entregue aos seguintes escritores:
- Lídia Jorge, por O Vento Assobiando nas Gruas (2004)
- António Franco Alexandre, por Duende (2005)
- Carlos Ruíz Záfon, por A Sombra do Vento (2006)
- Ana Luísa Amaral, por A Génese do Amor (2007)
- Ruy Duarte de Carvalho, por desmedida (2008)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Cemitério Dos Sem Nome - de Patrícia Cornwell



Aquela véspera de Natal ficara marcada pelo aparecimento do cadáver de uma jovem mulher num dos muitos recantos do Central Park. Kay Scarpetta, a detective dos policiais de Patrícia Cornwell, fora chamada para resolver o caso. Um caso que afinal envolveria um dos mais temidos serial-killers da América com quem Scarpetta já se tinha violentamente defrontado. Mas desta vez, Scarpetta começara a receber sinistras mensagens informáticas que indiciam que seria ela a próxima vítima daquele cruel assassino...
Após ter lido O Predador da mesma autora, eis que decidi ler este O Cemitério dos Sem Nome, desta feita em formato digital. Apesar de continuar a afirmar que o género e-book não é dos que mais me agrada, tenho de confessar que os livros acabam por ser mais em conta desta forma. E do jeito que sou viciada em livros…
Continuo a gostar da forma como Patrícia Cornwell nos prende ao policial, com muita imaginação e suspense q.b. Nesta história, a própria protagonista vê-se ameaçada, assim como vê ameaçada uma pessoa da sua família, por um serial-killer um tudo ao quanto macabro. E o pior é que dá sempre a entender que só mata para chamar a atenção da médica legista. Um policial emocionante e que se lê num fôlego.

Sobre a autora: Patricia Cornwell foi alvo de um infância trágica, durante a qual foi mal tratada e abandonada. Desde cedo tomou consciência da negligência que a sociedade americana vota às vítimas, daí que a compaixão seja uma das características a que dá mais valor. Durante a juventude foi jornalista de investigação criminal no The Charlotte Observer. Foi vítima de anorexia, bulimia, alcoolismo e depressões nervosas, tudo experiências que considera importantes para o seu crescimento interior. Colaborou como voluntária numa esquadra de polícia, período durante o qual perseguiu assassinos e assistiu a crimes, o que contribui para a intensa veracidade dos seus romances. Viver no terreno as situações que retrata, é aliás uma regra da qual Patricia Cornwell não abdica. Actualmente dedicada à actividade da escrita a tempo inteiro, esta autora confessa que encontrou na criação de romances policiais, a forma ideal para se libertar das recordações traumáticas da infância. Divide o seu tempo entre Richmond, Virginia e Los Angeles.

Um Amor Assassino - Julie Garwood


A inversão dos instintos, a ausência de afectos. Jill abandonou a filha com apenas três anos de idade. Diabólica sedutora tenta, mais tarde, raptar a própria filha, Avery, assassinando a avó que tomara conta dela. Essa menina, amada e abandonada, disputada, sobrevive tornando-se uma arguta analista criminal do FBI. Por incrível que pareça a filha de uma sociopata cresce equilibrada, justa. Mas o passado persegue ainda Avery. O desaparecimento da tia - que tanto ama - levam-no a um perturbante encontro com a mãe e um vicioso assassino. A vingança de Jill ainda não terminou. Terá uma filha de sujar as mãos com o sangue da mãe? Ou será Jill capaz de tirar a vida àquela que viu nascer?
Inteligente, ponderada, atenta a cada detalhe. Avery Delaney é uma das melhores analistas criminais do FBI. Recolhe as provas com rigor, decifra-as, traça o perfil do criminoso, não teme a verdade. A vida testou-a, afinal, desde criança. Abandonada pela mãe, foi criada pela avó e pela tia. Quando tinha 11 anos de idade a mãe, e o seu amante, tentaram raptá-la acabando por assassinar a avó e ferindo Avery. Ela sobreviveu, mas as marcas ficaram. Aliciada para umas férias nas montanhas do Colorado, a sua tia, Carolyn, desaparece misteriosamente. O seu coração dói de tanta preocupação, mas Avery tem, mais uma vez, de agir com racionalidade e usar todos os seus recursos de criminalista para descobrir o paradeiro da tia. Cruza-se então com um antigo agente da CIA, John Renard, que segue no encalço de um perigoso assassino conhecido por Monk, o monge. John sabe exactamente o tipo de crueldade de que ele é capaz e quando descobre a sua parceria com uma mulher de nome Jill Delaney - a mãe de Avery - decide avisá-la do perigo... Irá ainda a tempo? Um intenso thriller de suspense e crime, condimentado a romance e emoção. Julie Garwood, autora norte-americana com milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, alia, com especial talento, acção e intimidade, medo e coragem. Em «Um Amor Assassino» conta a história de um estranho e perigoso amor entre mãe e filha.


Com uma história à partida interessante, parti para a leitura deste livro com expectativas demasiado elevadas. Isto porque, tendo em conta a sinopse achei que iria defrontar-me com um policial com suspense, e cheio de surpresas. Mas quando entrei a meio do livro nada disso estava a acontecer. A história começou a parecer-me demasiado previsível, sem grandes surpresas e com um enredo muito pobre. Pareceu-me mais uma história de amor do que propriamente um policial.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Para sempre, talvez – Cecelia Ahern



Sinopse: Cecelia Ahern conta-nos a história envolvente de um amor contrariado por um destino que teima em brincar com os seus dois protagonistas. Alex e Rosie atravessaram a infância e a adolescência juntos, sempre presentes na vida um do outro como melhores amigos. No entanto, quando chega o momento de começarem a descobrir as alegrias das noites na cidade e das primeiras aventuras amorosas, o destino resolve pregar-lhes uma partida ao colocar entre os dois a vastidão do oceano Atlântico. Mas poderão o tempo, a distância e o próprio destino ser mais fortes que um grande amor?

Quando li pela primeira vez Cecelia Ahern pensei, à partida, que não iria gostar do livro. A primeira impressão foi que deveria ser daquelas histórias lamechas em que tudo acaba bem e viveram felizes para sempre.
Mas enganei-me redondamente.
Quando me ofereceram PS I Love You comecei-o a ler por simpatia, mas o certo é que depois da primeira página nunca mais parei. A forma como a autora conta histórias é incrível.
Assim, quando a presença resolveu fazer a reedição dos outros livros da autora (e tenho que dizer que as capas actuais estão muito mais atractivas do que as anteriores), achei que deveriam ser histórias a não perder.
Atrevo-me a dizer que ainda gostei mais do Para Sempre, Talvez, do que propriamente do PS I Love You. A forma como autora decidiu escrever a história de Alex e Rosie é simplesmente surpreendente e muito original. Tendo por base apenas bilhetes (cartas, emails, salas de conversação) a história vai-se desenrolando desde a infância dos protagonistas até à idade adulta. Através da troca de correspondência vai-se sabendo dos amores, desamores, preocupações, alegrias da família de ambos. O livro mostra ainda que a amizade é o mais importante na vida de uma pessoa: «As ex-namoradas são esquecidas facilmente. Os melhores amigos ficam connosco para sempre».
Após uma infância feliz, Alex e Rosie vão passar por várias vicissitudes que vão testar a sua capacidade de resposta. Rosie fica grávida ainda na adolescência e Alex tem de mudar para os EUA com os pais. Mas nunca deixam de conversar um com o outro, sendo sempre confidentes. Mostram ainda que não devemos ter medo de enfrentar os nossos maiores medos e que devemos avançar para aquilo que realmente queremos: «O Josh corre riscos; ele é mais forte do que eu. Ele dá sempre um mais um passo, apesar de saber que não devia. Mas mesmo assim, dá esse passo e aprende. Acho que nós, os adultos, temos muito para aprender com essa atitude. Talvez não devêssemos ter tanto medo e ser tão hipersensíveis quando pretendemos alcançar os nossos objectivos».
O meu agradecimento à editorial Presença por me ter proporcionado tão interessante leitura.


Sobre a autora: Cecelia Ahern formou-se em Jornalismo e Comunicação. Aos 21 anos já tinha escrito PS. – Eu Amo-te, vendido entretanto para quarenta países. Foi um romance de estreia premiado que se tornou um bestseller através da Europa e também Nos EUA. Um Lugar Chamado Aqui, de 2006, é o seu quarto romance e colocou-se directamente no 1º lugar dos mais vendidos na Irlanda e no Reino Unido; os ABC Studios e Warren LittleField reservaram a opção para uma série televisiva. Encontra-se publicado nos EUA.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Carmen Miranda: Centenário de nascimento




Carmen - Uma Biografia
Autor: Castro, Ruy
Editora: Palavra
Ruy Castro, consagrado como um dos escritores brasileiros mais respeitados da actualidade e autor de importantíssimas biografias, lega–nos uma minuciosa e detalhada biografia da portuguesa mais famosa do século XX, fazendo chegar ao grande público o documento mais completo sobre a vida e obra de Carmen Miranda alguma vez publicado.


Como marcoense que sou, não poderia deixar passar esta data (centenário do seu nascimento).

Sobre Carmen Miranda.
Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu a 9 de Fevereiro de 1909, na aldeia de Várzea de Ovelha, concelho de Marco de Canaveses, distrito do Porto.
No entanto, com poucos meses de vida rumou, juntamente com os pais, para o Brasil e ali se fixou e começou carreira. Trabalhou na rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão. Chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos. O seu estilo eclético faz com que seja considerada precursora do tropicalismo, movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 1960.
Carmen Miranda, segunda filha do barbeiro José Maria Pinto Cunha e de Maria Emília Miranda, ganhou o apelido de Carmen no Brasil, graças ao gosto que o seu pai tinha por óperas. Pouco depois do seu nascimento, o seu pai, José Maria, emigrou para o Brasil, onde se instalou no Rio de Janeiro. Em 1910, a sua mãe, Maria Emília seguiu o marido, acompanhada da filha mais velha, Olinda, e de Carmen, que tinha menos de um ano de idade. Carmen nunca voltou à sua terra natal, no entanto nunca esqueceu a família que tinha deixado no Marco, presenteando-os regularmente.
Instalado no Rio de Janeiro, José Maria abriu um cabeleireiro, na rua da Misericórdia, vivendo em cima do estabelecimento a sua família. Já no Brasil nasceram mais quatro filhos: Amaro (1911), Cecília (1913), Aurora (1915 - 2005) e Óscar (1916).
Carmen estudou num colégio de freiras de Santa Teresa, e teve o seu primeiro emprego aos 14 anos numa loja de gravatas, e depois numa chapelaria. Contam que foi despedida por passar o tempo a cantar, mas o biógrafo, Ruy Castro, diz que ela cantava por influência da irmã mais velha, Olinda, e que assim atraía clientes. Em 1925, Olinda, acometida de tuberculose, regressou do Brasil, acabando por morrer, em 1931, em Aliviada, Marco de Canaveses, onde foi enterrada.
Para juntar mais algum dinheiro para a numerosa família, a mãe de Carmen passou a administrar uma pensão, servindo refeições para os comerciantes. Em 1926, Carmen, que tentava ser artista, apareceu incógnita numa fotografia na secção de cinema do jornalista Pedro Lima da revista Selecta. Em 1929, foi apresentada ao compositor Josué de Barros, que encantado com o seu talento passou a promovê-la em editoras e teatros. No mesmo ano, gravou na editora alemã Brunswick, os primeiros discos com o samba Não Vá Sim'bora e o choro Se O Samba é Moda. Pela gravadora Victor, gravou Triste Jandaia e Dona Balbina.
O grande sucesso veio a partir de 1930, quando gravou a marcha "Pra Você Gostar de Mim" ("Taí") de Joubert de Carvalho. Antes de terminar o ano já era apontada pelo jornal O País como "a maior cantora brasileira". Em 1933 ajudou a lançar a irmã Aurora na carreira artística. No mesmo ano, assinou um contrato de dois anos com a rádio Mayrink Veiga, tendo sido a primeira cantora de rádio a merecer contrato, quando o estipulado naquela altura era o pagamento por participação. A 30 de Outubro realizava a sua primeira tourné internacional, apresentando-se em Buenos Aires. Voltou à Argentina no ano seguinte para uma temporada de um mês na Rádio Belgrano.
A 20 de Janeiro de 1936, estreou o filme Alô, Alô Carnaval com a famosa cena em que ela e a irmã Aurora Miranda cantam "Cantoras do Rádio". No mesmo ano, as duas irmãs passaram a integrar o elenco do Casino da Urca de propriedade de Joaquim Rolla. A partir de então as duas irmãs dividiram-se entre o palco do casino e excursões frequentes pelo Brasil e Argentina. Depois de uma apresentação em Hollywood para Tyrone Power em 1938, aventou-se a possibilidade de uma carreira nos Estados Unidos. Cármen, que recebia um salário bastante bom no Casino da Urca acabaria recusar a proposta de Power. Em 1939, e após assistir a um espectáculo de Carmen, o empresário Lee Shubert, este assinaria um contrato com Carmen Miranda. Porém, a sua execução não foi imediata, pois a cantora fazia questão de levar o grupo musical Bando da Lua para a acompanhar, coisa que não interessava ao empresário. Depois de voltar para os Estados Unidos, Shubert aceitou a vinda do Bando da Lua. A 29 de Maio Carmen estreia-se no espectáculo musical "Streets of Paris", em Boston, com êxito estrondoso do público e crítica. As suas participações teatrais tornaram-se cada vez mais famosas. No dia 5 de Março de 1940, fez uma apresentação perante o presidente Franklin D. Roosevelt durante um banquete na Casa Branca.
A 10 de Julho de 1940 regressa ao Brasil, onde foi acolhida com enorme ovação pelo povo carioca. No entanto, numa apresentação no Casino da Urca com a presença de políticos importantes do Estado Novo, foi apupada pelos que a consideravam "americanizada". Entre os seus críticos havia muitos que eram simpatizantes de correntes políticas contrárias aos Estados Unidos. Dois meses depois, no mesmo palco, Carmen foi aplaudida entusiasticamente por uma plateia comum. Ainda no Brasil gravou aqueles que foram os seus dois últimos disco no país e respondeu com humor às acusações de ter esquecido o Brasil. A 3 de Outubro, voltou aos Estados Unidos e gravou a marca dos sapatos e mãos na Calçada da Fama do Teatro Chinês de Los Angeles. Entre 1942 e 1953 actuou em 13 filmes em Hollywood e nos mais importantes programas de rádio, televisão, casas nocturnas, casinos e teatros norte-americanos. A Política de Boa Vizinhança, implementada pelos Estados Unidos para buscar aliados na Segunda Guerra Mundial, incentivou a imigração de artistas latino-americanos. Apesar de ter chegado nos Estados Unidos antes da criação da Política de Boa Vizinhança, Carmen Miranda sempre foi identificada como a artista de maior sucesso do projecto.
Em 1946, Carmen era a artista mais bem paga de Hollywood. A 17 de Março de 1947 casa-se com o americano David Sebastian, embora tenha tido romances com vários actores de Hollywood assim com o músico brasileiro Aloysio de Oliveira, que integrava Bando da Lua. Manteve ainda casos com os actores John Wayne e Dana Andrews. O casamento é apontado por todos os biógrafos e estudiosos de Carmen Miranda como o começo da sua decadência física. O seu marido, anteriormente um simples empregado de uma produtora de cinema, tornou-se "empresário" de Carmen Miranda e conduzia mal os seus negócios e contratos. Também era alcoólico e pode ter estimulado Carmem Miranda a consumir bebidas alcoólicas, das quais ela acabaria por se tornar dependente. O casamento entrou em crise já nos primeiros meses, mas Carmen Miranda não aceitava o divórcio pois era uma católica convicta. Engravidou em 1948, mas sofreu um aborto espontâneo depois de uma apresentação.
Para dar resposta à sua extenuante agenda, Carmen abusa cada vez mais barbitúricos.em vista ao Brasil em 1954, o seu médico brasileiro constatou a dependência química e tentou desintoxicá-la. Ficou quatro meses internada melhorando a sua dependência, embora nunca tenha abandonado totalmente as drogas, o álcool e o tabaco.
Ligeiramente recuperada, regressa aos Estados Unidos a 4 de Abril de 1955. Imediatamente começou com as apresentações que a levariam a Cuba e Las Vegas. No início de Agosto, Carmen gravou uma participação especial no programa televisivo do comediante Jimmy Durante. Durante um número de dança, sofreu um ligeiro desmaio, desequilibrou-se e foi amparada pelo apresentador. Na mesma noite, recebeu amigos na sua casa em Beverly Hills. Por volta das duas da manhã, após beber e cantar algumas canções para os amigos presentes, Carmen subiu para o quarto para dormir. Acendeu um cigarro, vestiu um robe, retirou a maquilhagem e caminhou em direcção à cama com um pequeno espelho à mão. Um colapso cardíaco fulminante derrubou-a sobre o chão. O seu corpo foi encontrado pela empregada na mesma noite. Tinha 46 anos.
Funeral e consagração no Brasil
Aurora Miranda recebeu na mesma madrugada um telefonema do marido de Carmen avisando-a sobre o falecimento. Aurora Miranda passou então a notícia para as emissoras de rádio e jornais. A 12 de Agosto de 1955, o seu corpo desembarcou de um avião no Rio de Janeiro. Sessenta mil pessoas compareceram ao seu funeral, realizado no saguão da Câmara Municipal da então capital federal. O cortejo fúnebre até o Cemitério São João Batista foi acompanhado por cerca de meio milhão de pessoas que cantavam esporadicamente, em surdina, "Taí", um dos seus maiores sucessos.
Centenário de Carmen Miranda assinalado em Marco de Canaveses
Como não poderia deixar de ser, o aniversário da marcoense Cármen Miranda vai ser assinalado na sua terra natal. A Câmara Municipal do Marco vão organizar uma série de iniciativas, que começarão hoje, dia 9 de Fevereiro, data do seu nascimento até ao dia da sua morte, dia 5 de Agosto.
Destaque para a Conferência do Marco: “Carmen Miranda… do Marco de Canaveses para o Mundo”, a ter lugar no Auditório Municipal, pelas 21 horas.
in Wikipédia

Única prima viva em Portugal recorda artista como mulher generosa
Carmen Miranda ainda é recordada, em Marco de Canaveses, pela única familiar viva residente em Portugal.
Em entrevista à Lusa, Maria da Graça, de 85 anos, recorda a generosidade de Cármen Miranda: « “Lembro-me do dinheiro e das roupas que mandava para cá".
Mas confessa, também, que nunca viu qualquer filme que tenha a prima como protagonista, nem sequer imagens na televisão. "Nesse tempo eu vivia para criar os meus filhos", justificou-se, apesar de se dizer uma pessoa muito alegre, como a "prima brasileira"». Na mesma entrevista Maria da Graça, 15 anos mais nova do que a Carmen, revela que nunca conheceu a prima famosa, «porque esta, após ter partido para o Brasil, em 1910, apenas com um ano de idade, nunca mais voltou a Portugal. Chegou, no entanto, a conhecer a mãe de Carmen, sua tia direita, que chegou a vir a Portugal (Marco de Canaveses) duas vezes. "Eu era pequena, mas lembro-me bem, porque ficou na minha casa", explicou a idosa. Carmen nunca regressou à terra onde nasceu, mas terá transmitido várias vezes aos familiares marcoenses que gostava de o fazer. Nas cartas que mandava regularmente do Brasil e mais tarde dos Estado Unidos, além do dinheiro, deixava palavras de estima aos tios e primos. […] Maria da Graça reside hoje numa casa não muito distante da pequena habitação onde nasceu Carmen. […] Das músicas que celebrizaram Carmen, soube falar, não hesitando em cantarolar a sua canção preferida, "Taí - Pra Você Gostar de Mim". Sempre com uma expressão muito viva, lembrou até o dia em que um tio trouxe de Brasil uma grafonola e uma colecção de discos da Carmen, que foram ouvidos vezes sem conta lá em casa.

Pode ser recordada no Youtube

Pode ainda ver a notícia do DN

Sessão de autógrafos José Miguel Júdice



José Miguel Júdice vai estar, no próximo dia 13, na Fnac do Gaiashopping para uma sessão de autógrafos do seu livro Portugalando.
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